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Polícia encontra anotações de suposto esquema de 'rachadinha' ao prender presidente e vice da Câmara de Vereadores de Ipojuca

Operação Alvitre II: MPPE e Polícia Civil cumprem mandados de prisão e busca e apreensão Uma pasta com documentos e anotações com nomes de servidores da ...

Polícia encontra anotações de suposto esquema de 'rachadinha' ao prender presidente e vice da Câmara de Vereadores de Ipojuca
Polícia encontra anotações de suposto esquema de 'rachadinha' ao prender presidente e vice da Câmara de Vereadores de Ipojuca (Foto: Reprodução)

Operação Alvitre II: MPPE e Polícia Civil cumprem mandados de prisão e busca e apreensão Uma pasta com documentos e anotações com nomes de servidores da Câmara Municipal de Ipojuca, no Grande Recife, e mencionando valores que somam R$ 345 mil foram apreendidos durante as prisões em flagrante dos vereadores Flávio do Cartório (PSD) e Professor Eduardo (PSD). O presidente e primeiro vice-presidente da Casa Legislativa da cidade foram presos na terça-feira (18), num supermercado no Recife. Segundo a Polícia Civil, a suspeita é de que o material indique o controle mensal de um possível esquema de “rachadinha” ligado aos desvios milionários de emendas parlamentares investigado pela Operação Alvitre que podem chegar a 27 milhões (saiba mais abaixo). Nesta quarta-feira (19), uma segunda etapa da operação foi deflagrada para cumprir três mandados de prisão e 19 de busca e apreensão (veja vídeo acima). ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp Segundo o boletim de ocorrência da prisão dos vereadores, ao qual o g1 teve acesso, eles foram presos em situação que pode indicar o crime de lavagem de dinheiro. Os parlamentares foram detidos pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) em um carro dentro de um supermercado de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, com uma sacola contendo R$ 14.267. Também de acordo com o documento policial, em outro veículo, pertencente a Flávio do Cartório, policiais localizaram uma nécessaire com dois envelopes usados para guardar dinheiro, um vazio e outro com R$ 3 mil. Ainda na noite da terça-feira (18), os vereadores foram levados para prestar depoimento na Central de Plantões da Capital, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife. No local, os advogados dos vereadores não quiseram falar com o g1. Conforme apuração da TV Globo, o presidente da Câmara de Ipojuca tinha um mandado de prisão em aberto por causa dessa investigação e estava sendo monitorado desde a deflagração da primeira fase da Operação Alvitre, no início de outubro. Por meio de nota, o PSD de Pernambuco informou que vai acompanhar as investigações referentes às prisões dos vereadores filiados ao partido e que adotará "medidas cabíveis" assim que "o processo legal for concluído". O g1 também entrou em contato com a Câmara de Ipojuca, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. Vereadores de Ipojuca Flávio do Cartório (PSD) e Professor Eduardo (PSD) Reprodução/Instagram Segunda fase da operação Nesta quarta-feira (19), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE) e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia da 43ª Circunscrição de Porto de Galinhas, deflagraram a segunda etapa da operação. Policiais foram às ruas para cumprir três mandados de prisão, 19 mandados de busca e apreensão domiciliar e ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros, sequestro de bens e suspensão do exercício de função pública. As investigações tiveram início em outubro de 2024, com a deflagração da primeira fase da operação. Com apoio operacional da Polícia Militar e das unidades de inteligência das instituições, a Alvitre II tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que desviava recursos públicos de Ipojuca. Desvios milionários A Operação Alvitre, na qual Flávio do Cartório é investigado, apura o uso de diversas empresas para desviar verbas de emendas parlamentares impositivas, instrumento utilizado pelos vereadores para destinar parte do orçamento municipal para projetos e áreas específicas. As apurações indicam que os recursos públicos foram destinados a associações de fachada localizadas em outros municípios, sem estrutura ou competência técnica para executar os projetos contratados. Além disso, no dia 28 de outubro, uma mulher de 46 anos foi morta no quintal de casa pouco após ir à Delegacia de Porto de Galinhas para depor sobre o caso. Simone Marques da Silva era professora universitária e seria ligada uma das mulheres investigadas no esquema. Horas antes de ser assassinada, Simone compareceu à delegacia, mas não chegou a ser ouvida, porque outro procedimento estava sendo realizado no local. Ela remarcou o depoimento para o dia seguinte, mas foi alvejada por tiros poucas horas depois. Esquema investigado Segundo o inquérito, uma das principais instituições beneficiadas pelo esquema foi o Instituto de Gestão de Políticas Públicas do Nordeste (IGPN), que recebeu, pelo menos, R$ 6,3 milhões de nove emendas parlamentares. Ao menos, quatro pessoas ligadas ao instituto são investigadas: Advogadas Eva Lúcia Monteiro e Edjane Silva Monteiro: irmãs que teriam envolvimento com o IGPN e foram presas em outubro; Maria Netania Vieira Dias: também presa, auxiliou na elaboração da proposta e obtenção de orçamentos para empresas envolvidas; José Gibson Francisco da Silva: presidente do IGPN, que está foragido; Julio Cesar de Almeida Souza: diretor financeiro do IGPN, também foragido. O inquérito também cita o Instituto Nacional de Ensino, Sociedade e Pesquisa (Inesp), que usa o nome de Faculdade Novo Horizonte. Essa empresa também seria utilizada pelo grupo criminoso para praticar os desvios, segundo a polícia. Conforme a denúncia, a instituição recebeu repasses milionários para cursos de capacitação, com planos de trabalho considerados inconsistentes e orçamentos inflados. No dia 5 de novembro, o empresário Gilberto Claudino da Silva Júnior, então gestor da Faculdade Novo Horizonte, foi preso. Ele é apontado como "coordenador" dos desvios e foi capturado após um mês foragido. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

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