Manifestantes pedem fim do feminicídio e da violência contra mulher em ato no Recife
Ato pelo fim do feminicídio e da violência contra mulher reúne manifestantes no Centro do Recife Milhares de manifestantes se reuniram, neste domingo (7), em...
Ato pelo fim do feminicídio e da violência contra mulher reúne manifestantes no Centro do Recife Milhares de manifestantes se reuniram, neste domingo (7), em um ato pelo fim do feminicídio e da violência contra as mulheres no Recife (veja vídeo acima). De acordo com a organização do evento, cerca de 5 mil pessoas se juntaram ao grupo, que saiu em caminhada pelas ruas do Centro da cidade. O ato "Mulheres Vivas" faz parte de uma mobilização nacional, convocada em várias cidades brasileiras após a repercussão de casos de violência em diversas partes do país. Um deles foi o assassinato de Isabele Gomes de Macedo, que morreu com os quatro filhos num incêndio provocado pelo companheiro na comunidade Icauã, na Zona Oeste da capital pernambucana. ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp Com concentração marcada para as 14h, em frente ao colégio Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, o grupo saiu em caminhada por volta das 16h pelas ruas do bairro da Boa Vista em direção ao Marco Zero, no Bairro do Recife. Com cartazes, faixas e camisetas, coletivos, movimentos sociais e organizações da sociedade civil cobraram a responsabilização dos agressores e o fortalecimento das políticas públicas de combate à violência de gênero. A manifestação também teve a participação de famosos, como os atores Irandhir Santos e Marcelo Serrado. A policial militar aposentada, Aglany Almeida, contou que traz na sua história a vivência de crescer em um lar presenciando violência doméstica. "Quem se omite em um ato de violência, está do lado do agressor. É um pensamento que eu tenho para tudo. Inclusive, se eu vejo uma mulher sofrendo uma violência e eu não tento defendê-la, não tento ajudá-la, eu estou tomando o lado de quem está agredindo. Quando a gente não se engaja numa luta, quando a gente não fala sobre isso, quando a gente não se posiciona, a gente está ignorando e omitindo, a gente está fazendo com o que aquilo não aconteça. E isso [violência doméstica] acontece todos os dias", afirmou. Para a PM, é "doloroso" ver as notícias dos casos que repercutiram nos últimos dias, como o da mulher que foi atropelada e arrastada por um quilômetro em São Paulo. "É doloroso ver isso e é mais doloroso o silêncio dos órgãos, das classes que estão para nos representar, dos órgãos de defesa, dos governos como um todo, dos homens, dos filhos, dos colegas de trabalho (...) O espancamento, a violência física, é o extremo, mas a gente escuta todos os dias uma piada, um comentário", disse. A defensora pública do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, Eloisa Helena, alertou também sobre os casos de violência acontecerem dentro de casa e a importância das mulheres denunciarem a violência. "Esses crimes normalmente acontecem às escondidas, no lar, onde deveria ser um local de proteção para as mulheres; Por isso, é tão importante a gente denunciar, as mulheres não podem ter medo, tem que efetivamente procurar auxílio nas instituições públicas e também nos amigos, nos vizinhos, nos parentes, por isso que tem que ser um chamado de toda a sociedade", declarou. No Recife, mulheres participam de mobilização nacional contra feminicídio Everaldo Silva/TV Globo Atendimento para mulheres vítimas de violência No Recife, mulheres vítimas de violência podem receber acolhimento, atendimento multidisciplinar e orientações de profissionais especializados nos seguintes locais: Centro de Referência Clarice Lispector: Rua Doutor Silva Ferreira, 122, Santo Amaro (atendimento 24 horas); Serviço Especializado e Regionalizado (SER) Clarice Lispector: Avenida Recife, 700, Areias (atendimento de segunda a domingo, das 7h às 19h); Salas da Mulher em cinco unidades do Compaz — Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), Ariano Suassuna (Cordeiro), Dom Hélder Câmara (Coque) e Paulo Freire (Ibura). Além disso, existe um Plantão WhatsApp, com funcionamento 24 horas, no número (81) 99488-6138. Saiba como denunciar Em Pernambuco, as denúncias de violência contra mulher podem ser feitas através do telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados; A Polícia Militar pode ser contatada pelo 190, quando o crime estiver acontecendo; Também é possível, no Grande Recife, fazer denúncias pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil, no número (81) 3421-9595; O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, através de uma ligação gratuita para o número 0800.281.9455; Outra opção é a Ouvidoria da Mulher de Pernambuco, que funciona pelo telefone 0800.281.8187; Os endereços e telefones das Delegacias da Mulher podem ser consultados no site do TJPE. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias